“Santas e pudicas heresias”
Por falar em lúdica poesia,
Falarei de algumas feridas.
“Santas e pudicas heresias”
Herdades desta pobre vida
A qual deveria ser unida,
Mas decaída e desunida
Para que seja refletida,
Quiçá, bem revertida.
Muito me gostaria
Poetar só alegria.
Limpeza é limpeza.
Não sei se choro ou rio,
Ou se imploro à cortesia
Dessa pseudorrealeza
Da mais pura porcaria.
Corja de hoje em dia.
Acachapante pobreza.
Ao amar o seu irmão
Dando-lhe forte abraço;
Reclamando do seu braço
E sem o menor embaraço
Fere o seu coração.
Por que o mundo
É tão imundo?
Sem ser pessimista,
E sem descartar a lista
De seres animalistas
Quais borram a vida
De vermelho borrão
Dádiva deste torrão.
Esmaecida de sangue
Para que você se zangue,
Já bastante exangue
Com vis conquistas
De terra suja do chão.
Não há quem contradiga
Até o cego vê essa briga.
Já vi raras mãos amigas
E pontas nelas inseridas.
Ouvidos desesperados
Sem saber de que lado
Vem aquela bala perdida.
A furar-lhe o tímpano urdido,
Marimba mal resolvida.
À hímem esgarçado,
À bala estuprada,
Inimiga alada.
Ao lhe dar ouvidos
E ele lhe mete o braço.
Ao lhe oferecer o fígado
Rouba-lhe o baço.
Caro leitor amigo
Ao olhar ao umbigo
Verá nele o mal contido
Num parto qual já foi parido;
E que o mal está mais embaixo.
E deixe de ser seu velho inimigo.
Apelando ao seu sexto sentido
Fazendo-se de todos amigo
Sem causar estardalhaço.
Poupar-se-á do cansaço.
Ao aprender a amar, deixará este plano aos repetentes...
jbcampos