Eu carta.
Quero alguém com quem me corresponder
Uma missiva ali... Outra aqui...
Um coração ambulante
Mas com destinatário definido
Ou não!
Uma lágrima nas linhas da folha
do caderno espiral em preto e branco.
Um pensamento meu – vago – talvez
contradizendo a tudo e a todos.
...mas se fechando com o seu.
Quero fugir desse mar de concreto
Desse hedonismo sufocante
Dessa gente de vitrine...
Ofuscante.
Quero abrir o envelope
E dentro dele me fechar em seu conteúdo.