ELUCIDAÇÕES

Como riacho de águas límpidas, de pedras enlameadas de limo,

Fazendo-se caminho de escorrer e de escorregar – a vida faz-se,

Trilha estreita, alcatifa, com pedras lodosas ocultas, que tropeço,

Às vezes caio, machuca-me a queda, levanto, refaço-me e sigo.

Ainda que cambaleante tal bêbada, com as minhas incoerências,

Vejo na liquidez da água, a efemeridade do tempo e esvaindo-se,

No vão da superfície, esconde das pedras, o mais sutil propósito:

Necessárias pausas, aprendizados para nossa alma bruta lapidar.

No afã de apurar as escolhas, entre meandros, busco onde pisar,

Vislumbro nas pedras lodosas, não obstáculos, tão somente rumos,

Para o meu ser, como água do riacho, fluir mansamente e deixar,

Incidir-se os raios de luz e de reflexos puros, minh’alma iluminar.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 30/11/2010
Reeditado em 11/12/2010
Código do texto: T2645661
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