MARMÓREAS CRIATURAS
Estáticas criaturas marmóreas
que parecem não sentir
as frias e pontiagudas
influências de intempéries
a lhes ferir a carne e a alma.
Conjunto calado e sombrio
expressão de amargura e sofrimento
que a todo instante, a todo momento
parece estremecer ao relento e ao frio.
Olhos perdidos na imensidão da terra
que tantos frutos pode dar
a quantos filhos tiver e sobrar ainda.
Quantos horizontes descortinariam,
mesmo sem guerra?
Lástima! desconhecem seu real valor
enquanto podiam dar, pedem favor
imploram os seus direitos submissos
quanta tristeza, quantos suplícios.
Como seria bom dar-lhes ânimo
como seria bom ve-los andar e sorrir
seria bom vê-los encontrar uma saída
mas estão calados e silenciosos
quase sem vida.
Manoel Vitório
( publicado em 2001 na minha separata: //' A Força do Pantanal - editado pela grafica do senado federal 2001)
fiz este poema em uma madrugada na cidade de Corumbá
observando as estáruas de marmore de Carara da Praça da
independencia "filosofando" sobre a submissão e ignorancia de nosso povo que é explorado e vende o seu próprio voto a troco de comida.