Buscando a perfeição
A perfeição me convida a visitá-la,
Mas se nega a fornecer-me endereço.
Onde mora esse espectro? - pergunto-me.
Em que mundo reside ao certo?
E um senhor me responde firme:
Para alcançá-la, necessitas um norte
Que apure teus sentidos, teu fado.
O mestre, tua busca escolhe.
Cabe a ti embarcar e aceitar a morte.
Que morte, senhor, que morte?
Como viver e, ao mesmo tempo, morrer?
Não compreendo, faças-me entender!
Essa morte está em renegar-se,
Abandonar tudo o que nos prende,
Para seguirmos em frente, e, destarte,
Descobrir terras além, distantes.
Então, percebi que necessário
É entregar-se, com fé e norte,
E confiar à sorte essa morte.
Mas também incluí que ser perfeito
Somente após ser rei de um mundo sem lei,
Onde a vida não passe de um mote.