Destino
Quem sou eu,
além de uma espectadora
da minha própria vida,
iludindo-me que posso nela atuar?
Não sou única
nesse caminhar eterno.
Venda nos olhos
e estrada tortuosa conduzem
o vazio da alma,
que busca, insistentemente,
se encontrar.
Outros mundos povoam meu mundo incerto.
Trazem, para minha existência,
novos percursos,
sem registro ou mapa,
não indicam onde tanta experiência
pode me levar.
Interferem no meu desejo,
modificam minhas escolhas,
retalham minha vontade.
Na verdade:
inspiram, renovam,
abrem novos horizontes
para mim.
Insisto.
Nunca desisto.
Novos rumos traço.
Sigo, com firmes passos,
num misteroso existir,
mesmo que não seja
deste modo, sempre assim...