AMOR TERMINADO
Houve um tempo
Apesar dos contratempos
em que nos amávamos
Carícias e ternuras distribuíamos
Você a mim,
Sempre afim...
Apesar da minha porralouquice
Estripulices com maluquices
Eu a você,
à tua mercê
Apesar das minhas fraquezas
Rudez temperada de estupidez
E das minhas dúvidas quanto ao amor
Sem saber dimensionar seu valor
Houve um tempo
- e como vai longe esse tempo -
em que éramos felizes.
Tudo parecia combinar...
A desembocar no ato de amar
Mas tudo se foi como areia entre os dedos
Aliás, um tempo em que fomos
muito felizes,
em que nos bastávamos,
a ponto de eu sempre imaginar,
como seria possível
um sem o outro existir.
Sim! Parecia que respirávamos
Apaixonados suspirávamos
Sentíamos fluir o mesmo ar
Abraçadinhos ao luar
A felicidade fez sua morada
Hoje, passado esse tempo,
mesmo sem o meu querer,
é tempo de esquecer,
A contragosto e com desgosto
Estou a relembrar e sepultar
O nosso fracasso ao não segurar
Então já passa da hora...
de recomeçar,
de soltar minhas mãos
Construir nova embarcação
Experiência que restou da navegação
Mas que permaneceu nessa emoção
Da tábua que restou do naufrágio,
para enfrentar o mar em tempestade,
Sem ter que pagar juros ou ágio
Sequer o pedágio da estrada
Em busca de outra praia,
Novas possibilidades afloram
Em busca de outro barco,
Sem mais remar contra a maré
Ou, até quem sabe,
deixar-me afogar...
No mar das ilusões só mergulhar
Flutuar e sonhar
E adormecer nos braços de Yemanjá.
Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes