AMOR TERMINADO

Houve um tempo

Apesar dos contratempos

em que nos amávamos

Carícias e ternuras distribuíamos

Você a mim,

Sempre afim...

Apesar da minha porralouquice

Estripulices com maluquices

Eu a você,

à tua mercê

Apesar das minhas fraquezas

Rudez temperada de estupidez

E das minhas dúvidas quanto ao amor

Sem saber dimensionar seu valor

Houve um tempo

- e como vai longe esse tempo -

em que éramos felizes.

Tudo parecia combinar...

A desembocar no ato de amar

Mas tudo se foi como areia entre os dedos

Aliás, um tempo em que fomos

muito felizes,

em que nos bastávamos,

a ponto de eu sempre imaginar,

como seria possível

um sem o outro existir.

Sim! Parecia que respirávamos

Apaixonados suspirávamos

Sentíamos fluir o mesmo ar

Abraçadinhos ao luar

A felicidade fez sua morada

Hoje, passado esse tempo,

mesmo sem o meu querer,

é tempo de esquecer,

A contragosto e com desgosto

Estou a relembrar e sepultar

O nosso fracasso ao não segurar

Então já passa da hora...

de recomeçar,

de soltar minhas mãos

Construir nova embarcação

Experiência que restou da navegação

Mas que permaneceu nessa emoção

Da tábua que restou do naufrágio,

para enfrentar o mar em tempestade,

Sem ter que pagar juros ou ágio

Sequer o pedágio da estrada

Em busca de outra praia,

Novas possibilidades afloram

Em busca de outro barco,

Sem mais remar contra a maré

Ou, até quem sabe,

deixar-me afogar...

No mar das ilusões só mergulhar

Flutuar e sonhar

E adormecer nos braços de Yemanjá.

Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/11/2010
Reeditado em 13/11/2010
Código do texto: T2613438