Escrever

Escrevo para não deixar minhas filhas morrerem

Num mundo tão doudo quanto minha mente

Que não sei se mente ou desmente

Mas as vezes é tão triste, e as vezes tão contente!

Escrevo para meus medos ficarem aquém

De minha sã idade, as vezes envolta por certa

Ou incerta insanidade... deito meus versos

Em sua alva cama e lá as prego com cem pregos

Para sempre poderem ficar a vista de meu ler

Para sempre poderem saciar o meu querer, o meu ser!

Por que tu escreves? Sim, tu que me lês?

Qual a razão por charfurdares os confins de tua razão?

Será por amor, ou por perversão, por ódio ou tesão?

Antes que respondas, cala tua boca e escreva

E só se atreva a responder o que perguntei

Quando exorcizares tua bendita treva.

JP 8/11/10