A SOMA DOS "EUS"
Não sei quantas ideias vivem em mim,
Só sei que amo a multiplicidade da vida,
Como a própria arte, sem começo ou fim,
A arte de "ser", sem limitação contida...
Realmente não sei o que dizem os seus
Olhos e sonhos, ouvidos e risos,
Na soma confusa de todos os eus,
Multiplicando mistérios nada precisos !
E na estrada do tempo, quando sussurra a verdade,
Calculando o delírio das horas partidas,
Prefiro ser o reflexo da diversidade
A ser um espelho de coisas tão repetidas...
E habito o silêncio das letras escritas
Entre frações de sonhos que já foram meus,
Habito as palavras, sempre ou nunca ditas,
Na soma infinita de todos os "eus".
----