Discrepâncias
Escureceu em mim o branco
E o negro, alvo se tornou.
O que gera tal discrepância
Senão a experiência adquirida?
O mel transformou-se em sal
E este, doce se tornou.
Oh, discordante interior!
Por onde anda teu rumor?
Faz-se impávido o horizonte
Que transmuta até a dor,
Conferindo-lhe experimentos
Que suscitam apenas amor.
Da guerra surgiu a cor
Que mais vigor acarretou
E detalhes ao ícone somou,
Fazendo brotar suave olor.
Sabedor de que compreende
Este espaço frio e quente,
Deixo-lhe um afago envolvente
Alternado com sorriso emoliente.
E, assim, a oposição
Ganha nova direção:
O equilíbrio, menos tensão,
Banha de calma esse coração!