Discrepâncias

Escureceu em mim o branco

E o negro, alvo se tornou.

O que gera tal discrepância

Senão a experiência adquirida?

O mel transformou-se em sal

E este, doce se tornou.

Oh, discordante interior!

Por onde anda teu rumor?

Faz-se impávido o horizonte

Que transmuta até a dor,

Conferindo-lhe experimentos

Que suscitam apenas amor.

Da guerra surgiu a cor

Que mais vigor acarretou

E detalhes ao ícone somou,

Fazendo brotar suave olor.

Sabedor de que compreende

Este espaço frio e quente,

Deixo-lhe um afago envolvente

Alternado com sorriso emoliente.

E, assim, a oposição

Ganha nova direção:

O equilíbrio, menos tensão,

Banha de calma esse coração!

Isa Resende
Enviado por Isa Resende em 23/10/2010
Código do texto: T2574490
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