CONDIÇÃO
Somos tão despreparados
Incapazes
Fenda maldita, que nos torna escravos de nos mesmos
Desde o princípio
O que a primeira vez
Ao primeiro sabor, me parece bom
E sacia e acalma, meu frágil ser
Posteriormente me traz dor e falta
Não sinto falta, dos seios ou da minha casa intocável
Mas sim
Do tempo em que era somente verbo
Pois lá
Eu partilhava do âmago do cosmo
Da plenitude
E não dessa fenda miserável há minha condição
Maldita fragilidade
Maldita fragilidade, basta um ato, um olhar mínimo
E minha falta de crença
Me faz estar em comunhão com as brumas, onde posso sentir, tocar, ser
Mas não posso ser gota de orvalho sempre
Me restando apenas
Assumir essa fenda miserável Há minha condição.
Autora
Teresa Kobayashi
30/03/2004