DESPEDIDA ANTECIPADA
Não me deixaram nascer...
Não respirei o verso que lavra,
não escutei o som dessa rima
nem escrevi o dialeto da fala.
-Calada-
A palma da mão não foi pintada,
no papel não ecoou o som da lágrima,
não desnudei o meu re[verso],
não degluti a dose exata.
-Sedada-
Debruçada em epílogos in[certos]
examino a ideia central,
meu contexto não traz texto reto,
meu domínio não é o foco real.
-Fatal-
Morrem as minhas palavras...
Da poesia miopata o que restou?
Mítico ponto refletido
ou misto de agonia e amor?
-Clamor-
Há estrofe naquela linha...
É a ode que reprime o agora,
o fonema de muletas caminha,
é o adeus que chegou...
-Dormirei agora-