Thoreau ou A Vida nos Bosques
Poeta da solidão
Tão seguro
Não duvidou
Um momento.
Dois anos no mato
Sozinho,
Todos os dias,
Sem mulher,
Sem filhos,
Sem cachorro
Para sustentar.
Comendo marmotas,
Feijões,
Assando sozinho
O pão,
Pescando
No lago gelado,
Lendo o Gita,
Lutando,
O combate que acontece na mente.
Teria,
No meio
Da noite gelada,
Sentido falta
Duma mulher?
Alguém
Para estar ao lado,
Um corpo quente encostado,
Alguém que console,
Alguém que ampare?
Teria se masturbado?
Mas isso
Ele não conta.
Conta apenas
O bom lado,
Estar no meio do mato,
Viver o essencial,
Ir à medula da vida,
Sugar o suco do mundo,
Estar vivo
E sentir o sol.