ARTIFÍCIOS DA POESIA
O mais difícil, da poesia,
ao nascer,
não vem a ser
o tema...
Comédia, romance ou drama
Menos ainda se há dilema
Ou que causará polêmica
O que importa é a inspiração
Abrir às suas portas...
Mas, o primeiro verso,
a primeira linha,
que descerra o Universo
por onde ela caminhará.
Terá vida própria
Adormecerá ou deslanchará?
Na dúvida? Na certa!
O que será que ocorrerá?
O mais difícil, da poesia,
ao nos visitar,
é o seu despertar,
Como se dá o ato de criar
O que se passa lá dentro...
Até despontar no horizonte
Como o sol, em manhã fria,
invadindo casas velhas e vazias:
tristes e escuras ilhas;
O que é que há nas entranhas
Suas sanhas e manhas
A habitar o coração do poeta
Almas penadas, adormecidas,
como o pó depositado em velhas mobílias.
A palavra então surge no improviso...
Como uma flanela a limpar a poeira
E desfraldar sua bandeira!
Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes