A vitória do tempo
A certeza se foi...
O incerto se abranda...
Chega manso como um gato,
Exigindo cautela e tato...
O inimigo me queimou
Com seu fogo criador
E uma certeza em mim deixou:
Mais belo e franco que ele,
Só o amor!
Graças a ti hoje sou
Tua face reluzida em meu voo...
Tua façanha de outrora
fogo em mim ateou.
E queimar-me por inteira?
Não funcionou.
Encontro-me a todo vapor,
Embebida em mim, com louvor,
E teu feito hoje somou
Maturidade, paciência, frescor.
Acima de mim, o céu,
Abaixo, as flores do campo,
Ao lado, a alma que a minha encontra,
Atrás de mim...
Teu clamor.
Passou, ser errante, passou...
E, como tudo passa,
O céu, o seu, passará.
E, se a amarra de outrora ousar chegar,
Aqui estarei, nova em folha,
Gloriosa para desatar.
Quer apostar?