O resto é resto...
Posto que a noite brilha
E o silêncio clama reflexão...
Posto que o fogo consome
Lembranças vãs,
que vêm e não se vão...
Há um vago mundo
Por onde clamo a razão...
E uma dor lenta afaga meu peito
Como punhal e pena em meu coração.
A verdade hoje sei:
Não fui, não sou, nem serei santa não...
Mas o martírio de outrora me fez Senhora,
dona de minha emoção.
E não mais fartará como pão
Minha lapa de misérias e mistérios,
Pois não sou mais a mesma não.
Consisto-me forte e leal,
Comigo, com meu irmão,
Visto que aprendi a ser
A voz que comanda o coração.
O resto é resto, mais nada
E nele será posto concreto
Para que o mundo abjeto
Seja, enfim, resíduo manifesto.