Velhas Fotografias

Velhas fotografias são como barcos que não zarpam mais...

Lembranças perdidas, esquecidas e agonizantes à beira do cais.

Vidas em branco e preto, aprisionadas em triste soneto, em letras mortas em funerais!

Velhas fotografias armazenadas e amareladas pelo tempo.

Vento que perde a força em brisa sem lugar pra onde chegar.

Olhar escravizado, no passado do enfado, pela onda que não tem mais razão pra agitar o velho mar.

Velhas fotografias que de repente ressuscitam momentaneamente antigas alegrias.

Cromos agora coloridos, que se abrem ao borbulhar da fonte.

Imagens distorcidas alimentando novas vidas.

Velhas tolas fotografias, ardendo em sol em um canto perdido na mente.

E, docemente no átrio do dia gerando a cada anoiatecer do ser...fotografia e fotografia...

Poesia de cromos coloridos esquecidos, que teimosamente se abrem ao borbulhar da fonte

Acordes da esperança como criança rebelde de pé no chão, correndo e correndo na última ilusão...rumo ao novo horizonte

Anderson FRança

Livro no Prelo- Luzes Celestiais