Na Cortina...
Pela fenda da branca cortina
Alguém observa com ar de mistério,
Era um vulto esguio a virar a esquina.
Um estranho na esquina espiava a cortina
Parecia um rosto sisudo e austero,
E a mulher da cortina espiava a esquina.
E se o vulto da esquina adentrasse a cortina...
Qual seria o mistério do olhar entre a esquina e a cortina?
E se a mulher da cortina fosse à assassina?
Devagar a cortina vai aos poucos se abrindo
Já não mais há um vulto na esquina,
E o mistério persiste entre a esquina e a cortina.
Uma estrela ilumina a cortina e a esquina
E uma voz ressoando entoando som no hemisfério,
E então, lá da esquina, um alguém a olhar a cortina.
Duas almas viajam no manto da imaginação
Vivem o sonho um do outro e o inverso acontece,
Sincronizam assim as batidas de dois corações.
Entre o sonho, a razão, a cortina e a esquina
Logo alguém a olhar para aquela cortina
E o vulto depressa se volta simula sua sorte, sua sina.
Bem ali permanece o mistério
Da cortina alguém vendo o vulto na esquina,
E bem lento vem vindo e juntos fecharam a cortina.
Goretti Albuquerque