Na Cortina...

Pela fenda da branca cortina

Alguém observa com ar de mistério,

Era um vulto esguio a virar a esquina.

Um estranho na esquina espiava a cortina

Parecia um rosto sisudo e austero,

E a mulher da cortina espiava a esquina.

E se o vulto da esquina adentrasse a cortina...

Qual seria o mistério do olhar entre a esquina e a cortina?

E se a mulher da cortina fosse à assassina?

Devagar a cortina vai aos poucos se abrindo

Já não mais há um vulto na esquina,

E o mistério persiste entre a esquina e a cortina.

Uma estrela ilumina a cortina e a esquina

E uma voz ressoando entoando som no hemisfério,

E então, lá da esquina, um alguém a olhar a cortina.

Duas almas viajam no manto da imaginação

Vivem o sonho um do outro e o inverso acontece,

Sincronizam assim as batidas de dois corações.

Entre o sonho, a razão, a cortina e a esquina

Logo alguém a olhar para aquela cortina

E o vulto depressa se volta simula sua sorte, sua sina.

Bem ali permanece o mistério

Da cortina alguém vendo o vulto na esquina,

E bem lento vem vindo e juntos fecharam a cortina.

Goretti Albuquerque

gorettiistar
Enviado por gorettiistar em 09/09/2010
Reeditado em 14/12/2020
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