Visão
Vejo um arco-íris
da minha janela.
E uma estrela cadente
um canto entoa
a um pássaro que voa
rumo ao poente.
Vejo outros brilhos estranhos
(que se acendem e se apagam)
e descubro que são
somente as mágoas que vagam
do meu coração.
Vejo grandes clareiras
se abrirem aos meus pés.
Talvez sejam as dores
dos homens sem fé.
Vejo a lua à distância
que do seu leito avança
e quer me falar.
Mas um raio de sol
lhe desvia o farol
e se apaga o luar.
E eu fecho a janela
me perguntando:
- por que estou aqui?
E eis que uma porta se abre:
é Deus que não sabe
que no céu me perdí.
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