Visão

Vejo um arco-íris

da minha janela.

E uma estrela cadente

um canto entoa

a um pássaro que voa

rumo ao poente.

Vejo outros brilhos estranhos

(que se acendem e se apagam)

e descubro que são

somente as mágoas que vagam

do meu coração.

Vejo grandes clareiras

se abrirem aos meus pés.

Talvez sejam as dores

dos homens sem fé.

Vejo a lua à distância

que do seu leito avança

e quer me falar.

Mas um raio de sol

lhe desvia o farol

e se apaga o luar.

E eu fecho a janela

me perguntando:

- por que estou aqui?

E eis que uma porta se abre:

é Deus que não sabe

que no céu me perdí.

(Direitos autorais reservados)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/09/2006
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T247650
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