A serva feliz.
Pelas noites frias
e sombrias ela andava.
Era leve e saltitante seu andar...
Nos antros fétidos e putrefatos,
onde a dor escondia-se
dos indiferentes mortais,
que no conforto dormiam,
ela sorridente e feliz entrava...
Oh! luzes e odores leves de primavera
conduzia,
deixando um rastro de sorrisos
nas faces tristes da fome...
Alimentava
corpos e espíritos famintos,
esquentava
corações e almas geladas,
amava, oh! Como amava!
O amor transbordava de seus poros
e em correntes de água límpida,
corria pelos becos,
pelos buracos,
afastando os ratos
e todos os pecados
dos mortais.
Era a luz afastando a escuridão,
transformando vidas,
gerando amores.
Criando...
Serva do Criador era.
Como te chamas? Diziam.
Ela apenas sorria...
As crianças e os anjos sabiam:
o seu nome era
Caridade.