O reino das palavras

Penetro, calmamente,

o reino das palavras,

em sinal de obediência

às ordens do mestre.

E todo o reino não é

mais que uma caixa:

Uma enorme caixa

cheia de sons, cheiros,

e cores.

O jardim que o cerca

de uma ponta a outra

é a fusão de um verde viçoso,

uma coroa amarelada de girassóis,

e um recheio de flores e rosas:

Tulipas, gérberas, lírios, jasmins,

margaridas, dálias, orquídeas.

O cheiro que exala do jardim

está impregnado em todos os

aposentos: As paredes tem cheiro

de rosas, do teto cai, sobre nossas

cabeças, o perfume das flores.

Tudo que soa por lá, vem da

habilidade canora das aves:

Sinfonia de sabiás, graúnas

canários e bem-te-vis.

As águas que correm pelo

rio envolto e o vento que

entoa o canto natural da vida,

regem toda orquestra.

É um reinado movido

de sonhos: Sonhos lúdicos,

fantasiosos, efêmeros.

Mas o que foge à linha

do seja efêmero?

Se, ao passo do que seja

palpável, num plano de

lucidez, a vida não passa

de uma poeira fina.

Deixe-me quieto aqui.

Preciso ficar a sós.

Por que aqui, não há leis,

não há dedo em riste,

não há opressão.

Porque, aqui, reino eu.

E tudo o que me vale é sonhar

e deixar-me embalar

pelos sons, pelos cheiros,

e pelas cores.

Sobretudo, pela minha

imaginação.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 29/08/2010
Reeditado em 30/08/2010
Código do texto: T2467328