MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ

Morte, mestra do não-sei-quê

Senhora do momento sem momento

Nasceste e cresceste comigo,

Comeste de minha papinha no berço

Dividimos amor, sexo, dinheiro, bebida

Casamos, separamos, rezamos o terço

Pagas-me assim à camaradagem

Ao romper nossa amizade

Impingindo-me tua cara negra e fria...

Morte covarde, cúmplice sonsa

Regrei a existência por esta parceria

E na hora mais difícil, segregas-me à solidão

De seguir adiante sem a vida, que te aproprias...