Matusalém

Hoje sou Matusalém, deitado nas costas das sombras

Onde vi nascer anos cruéis e anos bons que foram bem vividos.

Talhei a vida a unhas

Fui a voz no deserto dos tempos esquecidos.

Com a eternidade ganha-se a inocência,

E a influência dos distorcidos.

As certezas não são importantes, nem são nossas propriedades.

Não detemos o poder, nem somos donos da verdade.

Vi Maria semear uma campo quase infinito de amores perfeitos, e colher em suas manhãs flores frias de solidões.

Feriu-se a pobre Maria entre as trepadeiras o o caramanchões.

Vi a Meduza adormecer em sua cabeça, as velhas serpentes.

Vi quando as mastigou e as prendeu entre os dentes.

Segui os antigos relógios nas paredes, armei as minhas redes

Eternizei-me em abraços, ganhei meus espaços, e agora os solto no ar…

Não há novidades no voar…

Fundi meu espírito com o espírito do tempo

No meio do pensamento

Sou como um pobre poeta, de alma aberta

Que ainda busca

Mas sou pobre, sem sal ou açúcar...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 24/08/2010
Código do texto: T2456191
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