Fusão
Mãos atadas por detrás das costas
A costa roçada pelas ondas cansadas
O mar da vida, a própria com suas apostas
E o destino terrível de suas emboscadas
O tempo cru ao vôo que me embaraço
Algo que vai muito além do além do cais
O som amigo do instrumento gasto
Viagens cheias de algo mais
Sobre todas as nossas vidas
Caem os sóis a sós e as feridas
Por mais confusa que seja a existência
Por menos válida que seja a penitência
Elas dormem no silêncio do universo
Despertando aos poetas os versos
Seguindo sempre a pergunta repetida
Onde enterraram os tesouros da vida?
É a teia dos aficionados à sua sina
Vida vira, revira e virá em sentimentos
A tradução mais exata do que é a vida
É o que guardamos dos momentos
Serpenteando na eternidade dos dias
Na intensidade dos segundos que anuncias
Colocando sobre a mesa como cartas ao seu dispor
Os estigmas do tempo e os males do amor
Permita-se fundir ao universo!