OS CAVALEIROS DO APOCALIPSE

As pessoas estão se liquefazendo.

Os rostos retorcem-se

Dissolvidos num fogo messiânico.

Os gestos corporais submetem-se

À um desmanche inumano

E perdem sua mobilidade histrionicamente.

Os sons das cidades engravecem

Igual uma vitrola que desacelera até engripar.

Ao final, cessam, criando um alarmante hiato sônico...

E tal fora o resultado de uma profecia apocalíptica,

A humanidade escafede-se medonha, por completo

Dentro de uma chorosa, rangente e imensa privada sideral,

Submergida por remoinhos de fogo, água, terra, ar e rícino sagrado...

Depois do que só pairam sons de águas rebolindo,

Do vento a replicar-se nas matas, do silvo dos passarinhos...

Que lugar magnificamente aprazível torna-se a Terra

Plenamente aliviado da horda pestilenta da civilização!

E o bendito quarteto dos cavaleiros do apocalipse

Descansa fatigado do duro mutirão de faxina cósmica.

Jogam uma mão de truco, falantes, risonhos,

Numa mesa posta com torresmo, cerveja e palitos