Mirante
Telefonemas ecoam na imensidão
Da manhã revestida de silêncio e dor
É um mesclado forte, irreversível sensação
Amo, sofro, choro, sinto, clamo amor
Gostaria de comprar minha liberdade
Mas dinheiro algum suborna o maior dos ditadores
O coração, único dono de tua felicidade
Desgarrada ovelha arredia aos pastores
Um afiado fio fala defronte a face
No front da vida em guerra à rotina
Algo nada comum a quem imaginasse
Que felicidade é o mesmo que alegria
Chove fino, feito o tom de uma voz feminina
Soprano, soprando o tímpano aguçado
Pelo silêncio de uma manhã cinzelada, neblina...
E os desejos orquestrados pela falta do teu abraço
Corpo, curvas, retas, rostos, metas, gostos
Gasto gotas de sangue e suor
Olhos, lábios, dedos, páreos outros
Caminhos que o coração sabe décor
Subo pelas paredes em áspera sede
Respiro ofegante em suor constante
É a febre tardia por querer ver-te
Além das fotos na estante
É exatamente incerto
Como o longe se faz perto
E as tuas lembranças longínquas
Transpõem-se em carne-viva!
Agradabilissimamente um sonho blue
Folhagens, delirantes flores nas cidades
Vejo tudo e nada como o real apenas nu
Do que seria ver a cidade em veracidade
Projeção, proteção, por tensão
Caminho, caminhos caminho pois
Transformando a enlouquente paixão
No amor que existe entre nós dois!