Visão da morte

De repente,

Quase sem perceber

Encontro-me,

Os joelhos trêmulos

As mãos artríticas.

Nada mais resta entre mim e o passado

Última fronteira ante a história,

Assisto ao alvorecer do futuro,

Nas vidas dos que me sucedem.

Um único passo me separa,

Do mergulho nos abismos pretéritos,

Caixa de lembranças que levarei comigo,

Como um tesouro do Egito,

Pequenos registros que somarei,

À curiosidade e inventividade humanas,

Queira Deus, inda alguém se interesse.

A morte, eis que vislumbro seu vulto,

Mas não sei de onde vem,

Se dos muitos anos passados,

Ou do futuro insistente em chegar,

Esse mágico com sua cartola enfeitada de mistérios e encantamentos.

De onde venha,

A muito deixei de temê-la,

Pois não importa qual seja o aspecto do meu corpo,

Minha alma teimosa somente encara a vida,

Que existe sempre a partir de onde estou,

Minhas esperanças girando nesse carrossel,

Sem início,

Sem meio,

Sem fim.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 09/08/2010
Código do texto: T2428108
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