Deicídio

Eu ergo a voz numa canção insana

aos deuses prístinos acorrentados

na miserável podridão humana

dos corações febris e amargurados.

Eu canto aos deuses enterrados vivos

na pequenez da criatura errante

que busca o fim dos sonhos mais esquivos

mandando-os todos para bem distante.

Busca matá-los impiedosamente

gritando aos ventos num tom de descrente:

"Não haja deuses a me olhar a vida!"

Mas que loucura! A cada deus que morre

o tempo célere da vida escorre...

Quem mata um deus também é suicida!

Marcel Gustavo Alvarenga
Enviado por Marcel Gustavo Alvarenga em 06/08/2010
Código do texto: T2421583
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.