TUDO EM NADA
TUDO EM NADA
Joyce Sameitat
Dedos de sonhos passeiam em minha mente;
Procurando a aurora do dia que já não existe...
Ele foi embora de mansinho mas rapidamente;
Enquanto na procura dele a mente insiste...
Sorve o ar gotejoso da noite escura e tão fria;
Que até fez a minha sombra logo desaparecer...
E fico fitando com olhos luzes a negrura vazia;
Que até quer mas não pode pegar o meu ser...
De saudades do que se foi e não vi, procuro;
Abrir com esforço no passado um buraco...
Deste lado que já me é um tanto obscuro;
Mas dentro do meu coração tão ensolarado...
Porém se depara apenas com um muro!
Cheio de ilusões mas da vida isolado...
São sonhos eu sei, no sentido mais puro;
Mas fica meu ser... Pelo vazio toldado...
São Paulo, 03 de Agosto de 2010