Metal, sonho e poesia

Estou dentro de mim.

E nessa clausura solitária

[fria e escura,

engendrei-me noutra criatura:

Com mesma cara de pouco riso,

[e mesmo siso;

Traçando o mesmo itinerário,

usando a mesma velha calça rota,

[e sem guarda-roupa;

O mesmo café, o mesmo pão passado,

[engolidos apressado;

A mesma rotina de suor e cansaço

[de trabalho

O mesmo instinto errante notívago

[Nubívago

A mesma noite mal dormida...

[O mesmo cansaço...

E quem eu sou agora já não sei.

Não sei dizer, mas posso sentir:

Posso sentir um fogo queimando,

um líquido quente escorrendo pelos cantos

como fosse eu um metal sendo fundido.

Acho que estou sendo refeito em metal,

sonho e poesia.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 29/07/2010
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