Murmúrios do Coração
Tristes como a voz dos mares,
As nuvens pelo espaço deslizam
O que dantes pelos lares e bares
Os ouvidos atentos acalentaram
E os barcos galopando as ondas
Cavalgam ao rumor dos ares.
Fulgor que pela terra desanda
A vislumbrar sonhos e quimeras
Saem sons de prazer da minha lira
Que canta a gemer tuas carícias
Surgem como o fogo de uma pira
São inenarráveis e doces delícias
Como se fosse orvalho sobre as rosas
Que se propagam às nossas narinas
Eu me entrego às coisas deleitosas
E tudo suave ao redor se descortina
Imagino-me a colher flores do campo
Para enfeitar os vasos e sentir perfume
Raros momentos que a alma encampa
Deslumbra e desencanta os queixumes
Como uma borboleta que num cravo posa
Guardam-se escondidos todos os meus beijos
Formando um cenário de versos e prosas
Alegra o espírito e alimenta nossos desejos
Em teu corpo escondem-se variados segredos
Enquanto ouço um murmúrio, quase um suspiro.
E me vejo frente a frente perdendo o medo
Sutil delicadeza de letras inspira e transpira.
Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes
Asista ao poema em vídeo:
Murmúrios do Coração - Um duo
http://www.youtube.com/watch?v=SNy4-rCrwWU