Ciclo inexorável (???)
Arlete: Sinto-me cercada de todos os mistérios,
da essência de todas as vidas
da existência universal.
Hilde: Talvez resida aí a intensidade
com que percebo a profundidade de teus textos e a
Generosidade com que lidas com as pessoas.
Arlete: Observo a perfeição da Natureza,
o nascer luminoso de mais uma manhã,
o formato geométrico de um favo de mel.
Hilde: Todas as almas possuem este poder,
de estar em contato com a Natureza e sua
Fascinante biodiversidade...
Do mais simples ao mais complexo
de seus elementos constitutivos.
Arlete: No relógio do tempo a ampulheta segue
devagar, mas inexorável como a lei que marca.
Enquanto isto passam lentos ou rápidos os dias.
Hilde: Tempo e espaço desaparecem quando
estamos em contato com o Universo,
porque é como se estivéssemos enxertados
Ao coração do Criador.
Arlete: Nem todos tem inquietudes,
mas eu as tenho, e por isso, nestes ciclos
permanentes revejo minha bagagem e o meu papel.
Hilde: E é justamente aí que o Criador nos solta
do seu colo, para observarmos como criaturas
Humanas, o quanto temos que apreender e
a valorizar, mesmo pelas inquietudes a
perfeição desejada, da qual a reflexão
é o elemento condutor.
Arlete: Que terei para levar neste trajeto sem fim?
- A alegria de viver?
A gratidão por tantas bênçãos?
A depuração no sofrer? Tudo isto e muito mais.
Hilde: Sim! É o somatório do que
conseguimos viver e sentir no curso
de nossa existência.
É a herança que trazemos, construímos
e polimos no relacionamento com o mundo
e com os outros seres.
Arlete: Meus amores, amigos, afetos,
lições e aprendizagens.
Sonhos concretizados, outros frustrados.
Sei que em todas estas andanças
fiz a minha parte, chorei, sorri e aprendí.
Hilde: É o conjunto do que conseguimos
viver, sentir e realizar no curso de nossos dias.
Aqui está o testamento de que muitos podem atingir.
Arlete: O que ainda me for permitido, eu vivo, viverei e viví.
Hilde: E o mais gostoso disto tudo é que muito ainda há por viver!
Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes.