Tempo que voa...
E não via o entardecer
Os raios do pôr do sol
Custaram a aparecer
Aqui no humilde paiol
No horizonte a explodir
Rara beleza a se expandir
Pois de tão perto... Flutuavas
Como viesses a ressurgir
Que de mim já estavas
Conseguia ver as horas
Antes que fosses embora
Que em teu fino pulso
Fazia-me perder agora
Entre impulsos ostentavas
Tarde demais para disfarçar
O desejo de te abraçar
Tanto precisado de carinho
Que te estava a observar
E tu ali bem pertinho
Já bem ao meu lado
Reclamando baixinho e calada
Debruçado sobre mim
De forma decidida, mas delicada.
Ouvia teu respirar jasmim
Mexia nas mexas de meu cabelo
Apertaste os meus finos dedos
Na tua mão macia e delgada
Apressado tomou-me nos braços
E foi derrubando o pincel
Que na minha tela te pintava.
Ao teu lado, o tempo voou
Tudo tão mágico e enigmático
Pura eletricidade emblemática
Eu tua, a minha alma nua...
Flutuando pelas ruas
E juntos permanecemos assim
Corpos e de mãos encaixadas
Desde o princípio meio e fim
Nossas almas entrelaçadas...
Até bater as doze badaladas da Lua
Hildebrando Menezes