Equação Enigmática
Nesta vida cheia de incertezas
As labaredas queimam ardentes
Percorre nas veias suas proezas
Atiçando as centelhas frementes
No mar das valiosas alquimias
O poeta é encantador de sereias
Tipo galã ou um devotado atleta
Que a tudo no seu verso incendeia
Em estágio Insinuante que espreita
Pela bela presa que na mente valseia
No seu lépido e solitário vaguear
Que o namoro permitia ser somente
Um apaixonado cancioneiro do luar
Feito do jeito seresteiro indolente
Viciado no ato de amar...
Atrevido D. Quixote de La mancha
Ora um D. Juan... Ora Sancho Pança
Vigiado pelas ondas do mar...
Contemplo daqui a tua dança
E confesso que o meu primeiro...
Impulso... Foi fugir das tuas tranças
Cambaleei meio intrépido e ligeiro
Furtivo... Esquivo e sorrateiro
Como que se fosse... Possível
Esconder-me do teu olhar certeiro
Que perscruta bem lá no fundo
Naquela concha incrustada na areia
E eu bem que sabia que já era tarde
Mas algo me prendia sem querer ir
Mas não tive forças pra fugir
Soubeste de o teu jeito segurar-me
Bela algoz e atrevida a seduzir-me
Já não posso mais agora mentir...
Sofro as dores da tua ausência
Porque agora eu vivo por ti.
Quero desfrutar tudo contigo
Somar, dividir e repartir.
Hildebrando Menezes