Culpada

 

Hoje me coloquei no banco dos réus,

me julguei,

e depois de longo debate comigo mesma,

dei o veredicto final: CULPADA!

 

Culpada por amar demais.

Culpada por querer um mundo perfeito.

Culpada por desprezar a hipocrisia social.

Culpada por não bajular os poderosos.

Culpada por não ser desonesta.

Culpada por querer desmascarar a mentira.

Culpada por não fazer parte de “panelinhas”

e, a mais grave de todas as culpas,

Culpada por acreditar em Deus.

 

E, como sentença final, me sentenciei ao regime

de prisão aberta, perpétua,

andando sempre acompanhada,mas solitária comigo mesma

no meio da multidão.

 

Do Livro: “Simplesmente Poemas” - Pág. 29