Disfarçadamente Poeta

Sou escritor teimoso, que embromo com meu pensar, misturo palavras incertas, se encanto não sei falar, sou deveras um persistente, meu verbo é tão só tentar, não sei se agrado a todos, a simplicidade comigo está;

Um dia pensei comigo, uma forma de externar, as idéias dos calabouços, na mente não vão ficar, unindo letras é que encontro a forma de esboçar, a arte que mui pouco entendo, quero apenas me libertar;

Liberto-me dos devaneios, para indagações arrumo lugar, amores que tive ou não tive, a importância de se questionar, sarcasmo é companheiro, as dores que fazem chorar, as belas estrofes alegres ajudam-me a não parar;

Escrevo para mim mesmo, prazer é finalizar, meu clímax monossilábico, indescritível sentir me dá, palavras entrelaçadas aguçam um poetar, por isso me atrevo escrevendo tão só a imaginar, que sou mesmo algum poeta, transcendente idealizar;

Pessoa tinha talento, e sabia exemplificar, a dor que deveras se sente, o poeta quer camuflar, não sabe inocente este, que dele mesmo não se vai fugar, as entranhas e os avessos entregam qualquer sangrar;

E em meio à teimosia continuo o meu caminhar, sou amante dos atrevidos, latejante é meu indagar, poesia é o acalento, o que estimula o meu sonhar, de algum dia ser um poeta e com as palavras poder brincar, pois, brincando de assim o ser poderia assim disfarçar, e enfim disfarçadamente, ser poeta e ninguém notar.



 
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 30/06/2010
Reeditado em 03/10/2013
Código do texto: T2349347
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