Costuras dos poemas...


Na mesinha
De cabeceira
Sorrateiro entre linhas
Te aconchegas

Que muitas e muitas vezes

Serviram-nos de escrivaninha
A rabiscar famintos
Poemas em versinhos
A requerer-me de conselheiro

Encontras logo o que quer...

Um tinteiro
E branca pena
Afogada num pequenino poço
De tinta... Onde se dá o começo

Que escreve, borda e pinta

De preto,
De negro
E ao lado, meio tombado
Um primeiro esboço.

Que sussurras ao meu ouvido

Declamando sorridente
Pena que quando anoitece
Ali submersa permanece
E sedento a ternura recomeça

Para quando o dia amanhece

E a inspiração nasce e apetece.
Caneta pena
Pronta a ser socorrida pelos nossos
Dedos

Ligeiros e gulosos

Mãos em comunhão
De versos que lapidam
A pedra ainda bruta
Com o nosso timbre e toque

Palavras são paridas

Em firme mármore
Os nossos murmúrios segredos...

Estão a postos vencendo o medo.

Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 12/06/2010
Reeditado em 21/01/2013
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