CANTEIRO DE JASMIM
Pisou e nem sabia que pisava
Num pequeninho canteiro de jasmim,
Que nem sabia, outrossim, que era flor
Mais de jardim, e, por ali, destoava...
A sola do seu mocassim era Deus
Abrindo picada para os seus dedos
Entre o espocar furta-cor do mato-capim
Igual Moisés fez aos judeus, no êxodo...
A flor feneceu sem lamento ou cortejo,
Assim, sem boquejar atchim, amém...
Amarfanhada, foi picotada pelas formigas
Engolidas, após, por um tamanduá-mirim...
A divina justiça não vingou ninguém...
A natureza seguiu, maina, sua trilha
E no lugar da flor, medrou erva ruim
Que, neste ínterim, tem vivido bem...
É. Nasce e morre-se, sem olhar a quem...
Não é que Deus ainda volteia por lá, sim
Investido nos pés de um certo alguém
Que, só para variar, andarilha de botim?