DORES NÃO!

DORES NÃO!

Joyce Sameitat

Minha alma se debruça nos tempos já idos;

Qual pétalas de flor que por aí sumiram...

Meu corpo em frêmitos feitos de suspiros;

Fica olhando estas que tão cedo partiram...

Sou vultos de presente misto de passados;

Que tenta se concentrar apenas no horizonte...

Poeira que vê a frente gritos tão emaranhados;

De algo que soa e qual um eco só responde...

O coração por cima da alma se derrama;

Qual manteiga que se derrete no calor...

Enquanto que o meu ser todo proclama;

Cadê os meus resquícios do belo amor?

Que devagar se consumiu como chama;

Restando apenas um pequeno pavio...

Por isto a alma se debruça e só clama;

Que seja restituída a cera que se extinguiu...

Não posso ficar parada em dias tão iguais;

Que não sabem nem por onde vão começar...

Apenas sei que serão como sempre banais;

Resumindo-se em nas horas vir a tropeçar...

Sussurro para mim própria em desalento;

E o coração que está então derretendo...

Forma de novo a cera de que necessito;

Crescendo no pavio rápida a olhos vistos...

Volta de novo cheio de esperanças o amor;

Brota do meu ser qual grande manancial...

Começo a enxergar de novo da vida a cor;

Fugindo de mim tudo o que era raiz do mal...

Que me causavam uma tremenda dor!

São Paulo, 04 de Junho de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 04/06/2010
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