Eu fogo
Enxergo meio metro cada esquina
De segredos entre os homens. Eles
São agonizáveis pelos seus conceitos
De elevação, eles pensam assim e assado
Nada sabem.
Posso ver todos, posso ver todos caindo,
Todos aturdidos, correndo, gritando,
Blasfemando, soltando espasmos de medo.
Posso ver todos desesperados suplicando,
Ajoelhado rezando. Posso ver todo
Destrambelhamento diante de mim,
Pois sou a montanha mais alta e esparramada
De todas que se destacam num vale montanhoso.
Quando me chamam de fumaça é por que
Eu sou fogo e onde há fogo a fumaça sufocando.
Quando gritam “O vulcão” é por que em baixo
Dos meus pés e acima de minha cabeça nada
Se mantem erguido senão aqueles que forem
Resistente a larva e a alta pressão. Outros choram
E dizem: “Ajude-me, ajudem-me” esses não são
Dignos de ajuda, pois nem se quer procuram
Uma saída, além de desafiar as verdades
Em suas próprias fantasias esses afogarão
Rodeados de larvas.
Chamem-me de brasa viva, pois eu queimo
Quem me toca e quem me bajula. E se não me
Dão ouvidos pouco importa sou brasa e da
Brasa faço-me faísca intensamente acesa
E aqueles que não me suportam afastem-se
Pois eu queimo fácil.