As Estrelas e as Fidalguias
As estrelas
que bom que é vê-las
quem disse que nós somos delas,
donzelas vadias
que um dia virão
As cerejas
que bom que não sejas
a dor de uma vida por elas
panelas vazias
não te servirão
As quermesses
se é como padeces
por nós que não temos mais preces
pareces querer
de alguém o perdão
As finesses
que bom que não esqueces
fazer como se não soubesses
mereces temer
o vigor da ilusão
Utopias
que bom nesses dias
bem-vindas as más companhias
sombrias, descalças
nos alegrarão
Malaquias
com mil alegrias
que bom todas as fidalguias
esguias e falsas
sobreviverão
Rio, 09/08/1995