Grito da Negra cor rente...
Toque no meu corpo negro, forte
Capaz... Na chuva ou no sol
Quero sentir o cheiro da tua pele
Esparramado sobre o lençol
Toque e verá.
Sinta e viverá
Ouço as correntes,
Alucinadas e constantes
O suor gritando no coração do oceano.
Iludido no mirante
Venha! Refaça os teus planos
Do nascer ao poente
Seja forte e resista.
Tudo parece difícil,
As tempestades e as marés
A lua brilha mais ao teu olhar
Somos fortes,
Capazes... É isto!
Solte o teu grito
Acode e acorde o infinito
Do teu sangue tão bonito
Canta negro! O nosso canto é forte.
A tua suave melodia que me vicia
Alivia as minhas dores
Venha explodir em amores
Toque no corpo suado,
Surrado pela sorte...
Recorra a tua garra
Solte as tuas amarras
O nosso canto é forte!
São menos de 150 anos de libertação
A construir a nossa história
De lágrimas e de glórias
Levamos na memória o nosso canto de dor
O canto mais forte
Um dia ecoou
Do sul, do norte
Leste, oeste, centro-oeste
Nordeste e sudeste
A vencer a morte
Com a vida no ventre
Tem gente que ainda critica
O canto que nunca cantou,
Não sabe a delícia
Da suave malícia
Da magia que enfeitiça
Trago no peito,
Na raça e na mente:
A igualdade sempre para a nossa negra cor rente.
Dueto: Débora Moreno e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no poema original de Débora Moreno ‘ Negra cor rente”
http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/negra-cor-rente
Assista ao poema em vídeo:
Grito da Negra Cor rente
http://www.youtube.com/watch?v=fZz2VW9TOqs