Confissão

Por tantas vezes a morte é comparsa do teatro vida

E em poucas, raríssimas vezes a morte protagoniza a vida

Ela é o próprio sentido da vida, paradoxo de vida.

Por vezes, no silêncio da noite, cochilo no sofá e acordo íntimo de morrer,

Do cochilo morto, sonho no vácuo, acordo surpreso, suspenso

Prostrado a pensar na explicação da vida

Sinto-me prestes a despertar em outro plano.

Não que essa vida seja muito planejada, entenda!

Mas até hoje só vivi, e por vezes penso que:

quando eu morrer vou despertar num sofá soberano.

Fernão Bertã
Enviado por Fernão Bertã em 25/05/2010
Reeditado em 27/10/2010
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