Confissão
Por tantas vezes a morte é comparsa do teatro vida
E em poucas, raríssimas vezes a morte protagoniza a vida
Ela é o próprio sentido da vida, paradoxo de vida.
Por vezes, no silêncio da noite, cochilo no sofá e acordo íntimo de morrer,
Do cochilo morto, sonho no vácuo, acordo surpreso, suspenso
Prostrado a pensar na explicação da vida
Sinto-me prestes a despertar em outro plano.
Não que essa vida seja muito planejada, entenda!
Mas até hoje só vivi, e por vezes penso que:
quando eu morrer vou despertar num sofá soberano.