TEIA DE SONHOS

TEIA DE SONHOS

Joyce Sameitat

Fios tremeluzentes de gotículas cheios;

Que refletem na noite a luz do luar...

Bordando desenhos em seus entremeios;

Que eu própria não poderia nem ousar...

Neste sereno que aparece tão sutilmente;

Grudo alguns sonhos para os evaporar...

Esperando que o novo dia um a um esquente;

Pois são pesadelos que só fazem assustar...

Vieram do passado e de colinas distantes;

Por estas teias deixaram-se até prender...

Desvencilharam-se em poucos instantes;

Para em meu sono poder me surpreender...

Os pensamentos se desfazem espumosos;

Visitando eras dos primórdios terrenos...

De onde vieram os sonhos tão tenebrosos;

Que apesar de irreais eu e coração sofremos...

Flutuo então entre cores muito estreladas;

Subindo ao léu carregando minha agonia...

Amparando-me na teia finamente trançada;

Me aproximando rápida da luz do novo dia...

Só parto depois de ver da mente dissipada;

Este desfile cruel tão cheio de alegorias...

Lembranças que ficaram da noite passada;

Que agora se desfazem na neblina fria...

No âmago do meu coração discrepante;

Ainda com resquícios destas emoções...

Noto se arrastar um tão ínfimo instante;

Qual fossem muitas horas de ilusões...

São Paulo, 24 de Maio de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 24/05/2010
Reeditado em 27/05/2010
Código do texto: T2276776