NÃO É REAL?
NÃO É REAL?
Joyce Sameitat
Tudo que eu olho até real me parece;
Mas será mesmo? Eu me questiono...
Uma só gota de luz suave me aparece;
Pingando em gotículas no meu sono...
Eu flutuo como que no horizonte perdida;
Entre caules de plantas maiores que eu...
Minha visão está peneirada e só mira;
Um sonho que como flor em mim nasceu...
Sou aspergida de tempos que desconheço;
Onde tudo é muito rápido ou lento demais...
Em diversos sonhos eu entro e amanheço;
Ficando em meu ser gosto de quero mais...
No sol que reflete tudo que me vem a mente;
Enxergo a noite de estrelas e luzes cheia...
Na minha coerência me sinto tão incoerente;
Que vem a emoção pulsar em minhas veias...
Na plenitude de sentimentos bem misteriosos;
Sou esfacelada por camadas de pura ilusão...
E o meu coração com trejeitos meio morosos;
Sente de todo o universo a sua forte atração...
Nesta gota... Gotículas que ao ar encantam;
Como se fossem uma perfeita e mágica poção...
Percebem que em minha alma elas desandam;
Grudando em minha pele muito mais emoção...
Sou sol dentro da noite pelo orvalho molhado;
Luz que ilumina palpitando de sublimes amores...
Sou raios de luar que ao mar deixa espelhado;
Sou sonho que pincela tudo com fortes cores...
Meu coração não sente mais a realidade;
Revestido que está do que olhos não avistam...
Do tempo eu sou como que uma disparidade;
Embora comigo todos falem e até insistam...
Que não é real estes meus sentimentos!
Não estão na minha pele para os sentir...
Fluem qual rio estes meus pensamentos;
É minha realidade imbatível sempre a florir;
Em teias de luzes que me sopram os ventos;
Não há como explicar em simples palavras...
Tudo isto que ocorre e vai em mim tecendo;
Sonhos que por meus poros a vida exala...
Sou qual luz infinita;
Que a tudo aclara...
E uma vida bonita;
Que só de amor fala...
São Paulo, 17 de Maio de 2010