TERMO DE VIDA
TERMO DE VIDA
Por minhas mãos
Derramam palavras...
Que desfilam por minha mente
Em vultos enfileirados
Com lâminas afiadas
Sangram-me a carne no ardor
Que resisto, em auge do calor
De sentimentos dementes
De pensamentos mórbidos
Sórdidos, pálidos, cálidos...
Debalde, fujo em rabiscos
Mas minha mente é audaz
Julga-me, apontando o tempo atrás
Mostra-me o compromisso assumido
De vestir as palavras na alma,
E expressá-las em vez de temê-las
Aqui e ali, eternizando-as
Ao pretenso suicida, buscando solução
Em vil sentença de vida,
Que perdeu a completa razão
Em fio apenas de centelha divina
Em confusão, em muita ou nehuma emoção
Em minha mente figuras etéreis...
Mostram-se em corpos desnudos
No entardecer em desolação
Num mutismo feroz
Lançam-me olhares
Invadindo meu quarto de hora, vazia
Calçam-me as palavras
Como luvas, em sintonia
Expressam o meu derradeiro instante
Será meu, ou de outros viajantes?
O pensamento que na noite vagueia
Em busca de sangue quente...
encontra gélido sepulcro,em lamento
Fim de vida...início de tormento...
DIANA LIMA, Itanhaém/SP, 23/11/2004