PASSAGEM
No dia em que eu morri
Soprava um vento danado,
O frio fazia-me prostrado
A compungir-me o coração
Que cansado de tanta tristeza,
Caído sob os pés da vileza -
Retrato da vida incerta
Que matou a emoção
Nostalgia...
Na noite tardia.
Passei-me... morri...
Mergulhei no vazio...
Do asceta simplório,
Vi o tempo perdido
De viver sempre aturdido
No despropósito inglório
Assim, me passei desapercebido...
Me esfumei consumido...
Lá fora só a noite se condoía
Em sons de lamúrias...
Sofridos...
Daniel Amaral
13/05/2010