UMA PRAÇA
UMA PRAÇA
Joyce Sameitat
Naquela praça molhada que chora folhas;
Sento-me em um banco de puro luar...
Tentando perceber em mim as escolhas;
Que poderiam ou não vir a vingar...
Mas flutuam elas num lago qual rolhas!
Nas flores que os jardins ornam, coloridas;
Presto atenção total em seus movimentos...
Elas se parecem com pedaços da minha vida;
Ventando levemente em meus sentimentos...
Limpando por momentos a alma dolorida!
As cores flutuam macias e vivamente;
Enquanto deixo as escolhas de lado...
Para poder sentir mais intensamente;
Este momento no jardim enluarado...
Que me parece ser um tanto insolente!
Soluço saudades em mim tão infinitas;
Anelo por coisas que jamais eu terei...
Sinto-me como uma das folhas findas;
E quanto as escolhas eu já nem sei...
Será que eu as poderei fazer ainda?
Esta praça construída de partículas de vento;
Mexe com meu ser, minha alma e coração...
Traz a tona uma porção enorme de sentimentos;
Que julgava eu serem coisas da imaginação...
E seguem com ela todos meus pensamentos!
Noto ao olhar para o etéreo e vasto firmamento;
Que na verdade eu não escolho mesmo é nada...
Mas sou escolhida pela vida e a qualquer tempo;
Para realizar até coisas eu diria disparatadas...
Tudo de acordo com o que vivo no momento!
Miro a minha volta ainda nesta praça;
Mas já não é mais a mesma em que estava...
E meu coração de mansinho se arregaça;
Mostrando-me que era nele que me encontrava...
Folheando o livro da minha vida que passa!
Coração que explode e faz o que quer;
Brinca comigo mesma a seu bel-prazer...
É nisto que dá ele ser de uma mulher;
Que bem lá no fundo se recusa a crescer...
E não pára para pensar um minuto sequer!
São Paulo, 11 de Maio de 2010