O vácuo ululante de muitos
Contemplo meu lado obscuro
e percebo que, além de hermético,
é surdo.
Vou um pouco mais profundo
e noto também:
ele é mudo.
Aprofundo-me nesse mundo,
aos olhos de muitos, escuso,
e aventuro-me injetar nesse vácuo
uma insuficiência de tudo.
Por não conseguir despontar, concluo:
não é somente conteúdo
o urgente adubo desse reduto, mas
sonhos,
espera,
contentamento com pouco,
o simples duradouro,
aquilo que não se esgota em si próprio.
Volto, assim, ao meu lugar de aspirante,
sabedora, pois, do que é este ponto.
Na busca contínua, prossigo,
procurando obter, pelo menos um tanto,
que já será muito,
do que careço para sair do recinto
onde, há séculos,
encontro-me aflito.