SIMPLESMENTE EU
SIMPLESMENTE EU
Joyce Sameitat
Sou tudo o que não sei explicar;
E quando tento me descobrir...
É mais uma interrogação no ar;
Que não me deixa nem dormir...
Me vejo em noites bem chuvosas;
Pelos faróis também espelhada...
Nos ocasos com aroma de rosas;
Sinto-me colorida e perfumada...
Sou sombra que ninguém descobre;
Luzes que as vistas sempre cegam...
Mistérios que nem o universo resolve;
Mas quando passo me enxergam...
Pois que interna é a minha luz;
Alagada por lanternas molhadas...
Sigo eu carregando minha cruz;
Ao descobrir que não sou nada...
Uma poetisa sem eira nem beira;
Que vive somente da imaginação...
Faço das estrelas uma esteira;
É nela que mora o meu coração...
Viver não é uma brincadeira;
É algo sério para se encarar...
E dentro do meu ser poeira;
Estou procurando me achar...
São Paulo, 06 de Maio de 2010